Num contexto marcado por uma paisagem natural inegavelmente bela, a intervenção procura integrar na paisagem os elementos técnicos presentes, perturbadores da atmosfera, e distinguir com qualidade os acessos ao local. A paisagem, de carácter forte e rural, é preservada no prolongamento dos muros de xisto que marcam a paisagem em patamares, dando forma a uma nova volumetria. Com o objetivo de reforçar a ligação dos habitantes com a natureza e privilegiar o uso dos espaços exteriores, a proposta restringe o acesso automóvel até à entrada do edifício, qualificando os acessos pedonais entre o cemitério, a casa mortuária e o estacionamento, e proporcionado um acesso viário funcional para o carro fúnebre.

A Casa Mortuária situa-se na intersecção destes diferentes acessos, com uma volumetria que se adapta à topografia e ao contexto de uma forma discreta e respeitosa, procurando a distância da vida quotidiana e rodeada por uma paisagem que apela à introspeção, digna de um momento de despedida. O acesso é marcado por dois elementos naturais – a água e a árvore – associadas à origem da vida e ao crescimento, à ligação entre a terra e o céu, entre o humano e o divino.